Treinamento Funcional
Você já ouviu falar?
Este treinamento já vem sendo bastante utilizado nos Estados Unidos e há algum tempo chegou ao Brasil como um grande diferencial na preparação física de atletas e pessoas interessadas em apenas melhorar seu condicionamento físico e saúde.
Porém, como toda novidade, estão ocorrendo alguns exageros na sua prática, bem como uma confusão de gênero. Por esse motivo, resolvi esclarecer o que realmente é o Treinamento Funcional.
Do dicionário Houaiss: “Função: uso a que se destina algo, qualidade, emprego...”
“Funcional: algo que foi concebido e executado para ter maior eficácia nas funções que lhe são próprias.”
Treinamento Funcional: “Convergência das habilidades biomotoras fundamentais para a produção de movimentos eficientes.” (Tudor Bompa)
Treinamento Funcional é aquele que não treina apenas o músculo, mas também a sua função nas atividades diárias do indivíduo, leva em conta as características e necessidades individuais. Torna o indivíduo apto para determinada função. A força é realizada de forma coordenada, com equilíbrio e velocidade, tudo isso da forma mais parecida possível com os movimentos exigidos por uma prática esportiva (futebol, atletismo, tênis, etc) ou mesmo nas atividades diárias do indivíduo (brincar com uma criança, carregar caixas, subir escadas, etc), que chamamos de especificidade.
Por isso, para a escolha dos exercícios deve-se levar em conta a atividade principal, o nível de transferência do exercício para a atividade, ter variação (aumentar a dificuldade de acordo com a evolução do praticante) e individualidade (cada praticante terá uma exigência diferente).
O Treinamento Funcional prima pela segurança, visa o fortalecimento do CORE (músculos responsáveis pela manutenção da postura) e pode ou não ser realizado sobre bases instáveis (discos, bolas, etc).
A grande confusão que percebi na realização do Treinamento Funcional é a de que qualquer exercício realizado em desequilíbrio é funcional e, após alguns estudos verifiquei que este treinamento está relacionado com a função do músculo, com o movimento que o músculo é capaz de realizar e que o trabalho sobre bases instáveis ajuda a fortalecer o CORE, são ótimos para melhorar a propriocepção e o equilíbrio, mas nem sempre tem um grau de transferência para a atividade a que o indivíduo se propõe realizar, portanto não é funcional.
Todos os exercícios que realizamos, seja na musculação tradicional, nos esportes, na ginástica, visam melhorar a função dos músculos envolvidos, os exercícios funcionais são mais uma ferramenta, mais uma sugestão para se alcançar esse objetivo. Porém, os exercícios funcionais têm um grau de transferência maior para a atividade a ser realizada pelo indivíduo, prima pela especificidade de movimento.
Exercícios circenses são diferentes de exercícios funcionais.
Para as pessoas que querem emagrecer e tonificar a musculatura, esse treinamento se mostra bastante eficiente, uma vez que num único exercício temos a contração de vários grupos musculares, treinamento em cadeia, o que torna o gasto calórico maior, a musculatura fica tonificada (aumenta o metabolismo basal), porém sem grandes hipertrofias (aumento do volume muscular) e como respeita a individualidade do praticante, qualquer pessoa pode realizar, basta apenas adequar a cada necessidade e capacidade.
É um excelente complemento aos treinos de musculação tradicional, na reabilitação de lesões (melhora a propriocepção das articulações), na preparação física de atletas e no fortalecimento muscular e cognitivo de idosos (ficam preparados para suas atividades diárias, diminui o risco de quedas).
Alguns equipamentos utilizados no treinamento: o peso do próprio corpo, exercícios suspensos, faixa elástica, disco sit, bola suíça, medicinebol e kettle Bell.
Procure um profissional capacitado e experimente, tenho certeza que irá gostar, pois além de ser um treinamento eficiente, é divertido, desafiador e motivante.
Profª Clóe Celentano
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